"O medo da solidão pode surgir por não conseguimos sentir prazer em ficar só connosco.
É essencial convencer-mo-nos de que ficar sozinho permite muitas conquistas importantes, como a introspecção, a reflexão dos factos e principalmente, um maior encontro com o nosso verdadeiro eu.
Viver sozinho não significa necessariamente sentir-se só.
Afinal, quantas vezes não te sentiste sozinho, mesmo quando estavas com o ex-companheiro/a?
Ou com amigos e familiares?
Não confundas a solidão física com a emocional, pois só se sente só, quem se abandona a si mesmo.
A solidão nasce dentro da própria pessoa quando ela perde o contacto com seu eu interior ou quando procura fugir de um problema, sentimento ou pensamento que a incomoda.
Pensa em quantas coisas deixaste de fazer, algo que querias porque o ex não gostava ou por falta de tempo? Há de facto uma disponibilidade de tempo que parece assustar e fazer com que nos sintamos imobilizados, mas passado o período de adaptação poderemos descobrir as inúmeras coisas que podemos fazer por nós mesmos. Tempo para fazer coisas que gostamos e que já nem nos lembramos mais, visitarmos uns amigos, ler aqueles livros que compramos e nem sequer os abrimos, um novo hobby, fazer voluntariado...
São pequenas coisas que poderão aos poucos trazer de novo o prazer de viver.
É importante perguntar: "o que eu gosto de fazer"? E fazer!
Lembra-te que havia uma vida antes de ...
Resgata a tua vida, agora mais do que nunca, só tua!
De facto, os momentos de saudade e tristeza pelas lembranças do passado são inevitáveis, mas é importante vivê-los consciente de toda a aprendizagem e dar ao passado o direito de existir.
Ninguém pode evitar a sensação de abandono e a falta de quem se foi, mas também ninguém te pode privar de sentires uma força interior que aos poucos irás adquirir ao te permitires estar em paz contigo mesmo.
E isso não tem preço!"
adaptado do original de Rosemeire Zago